Ai o Outono, o Outono ai...

Sei que grande parte das pessoas adora o Verão por haver uma maior disponibilidade de tempo e o calor ajuda a divertir... A sairmos de casa, a querer viver novas experiências... Aquele mar, aquele sol... Ou o pôr dele...

Eu? Não ligo a nada disso. Aborreço-me até. Confesso que este ano fui, sim, à praia, mas em finais de Maio. Sim. Faço parte daquelas pessoas a quem a praia, os acampamentos, as saídas nocturnas a bares ou discotecas até o sol nascer nada me dizem. 

O que me diz realmente é esta estação e a vizinha que se aproxima. Gosto muito, sim, de castanhas... Das lareiras e fogueiras, só não gosto assim tanto do cheiro delas no meu cabelo, das castanhas, das mantas, do aconchego, dos pijamas felpudos e das camas quentes... Da meiguice da minha gata nesta altura... O dormir encaixada na pessoa que amo! Os leites com chocolates e as bolachas a acompanhar, o bom daquele livro que estávamos a guardar para esta altura que nunca mais chegava e, que... Chegou! A chuva na janela que escorre e forma como que lágrimas a desculpar toda a desumanização produzida pela humanização... Lá está. 

Chegou o Outono. A primeira das minhas duas estações preferidas, o Inverno é a outra, em que as divagações aparecem e juntam-se aos sonhos... Sim, porque acredito que o Outono é sonho. E o sonho reconforta.